Justiça volta a permitir queimadas no Acre
Depois de quase dois anos sem permitir queimadas no
estado, o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), deve começar a
emitir licenças autorizando a queima de até um hectare em propriedades
que se enquadram no perfil da agricultura familiar. O órgão está
obedecendo a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) favorável a
um recurso da Federação dos Trabalhadores Rurais do Acre (Fetacre)
contra a ação ajuizada pelo Ministério Público Federal do Acre,
denominada “Fogo Zero”.
O chefe do escritório do
Imac em Cruzeiro do Sul (AC) Isaac Iberno, explica que no ano passado,
quando as queimadas estavam proibidas, houve uma redução de 65% nos
focos de calor em todo estado. “Nós estaremos licenciando mediante os
requerimentos, mas vamos focar a questão da educação ambiental,
estabelecer um calendário e fazer um serviço constante de monitoramento.
Queremos uma parceria com a comunidade que precisa tomar os devidos
cuidados para evitar os incêndios florestais”.
As
atenções estarão ainda mais voltadas para Mâncio Lima e Rodrigues Alves
que estão entre os municípios que registraram os maiores focos de calor
em 2012.
O presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Cruzeiro do Sul, João Souza Nascimento,
comemorou a decisão, mas garantiu que a entidade também vai ajudar na
conscientização dos agricultores.
“A gente sabe
que essa liberação pode ser suspensa a qualquer momento e estamos muito
cautelosos com relação a isso. Nós não queremos usar o fogo, estamos
usando porque não temos alternativas para produzir de outra forma, sem o
método tradicional do plantio. O poder público não fornece máquinas e
nem os implementos agrícolas. É uma questão de sobrevivência”, defende o
sindicalista.
As informações e imagem são do G1 AC, por Genival Moura.