Armas de brinquedos são comercializadas livremente na capital
A venda de armas de brinquedo ocorre livre em Rio Branco. Vários
tipos desse produto são expostos nas bancas de camelôs do Calçadão da
rua Benjamim Constant, no centro, e em outras partes da cidade. Os
exemplares são semelhantes às armas verdadeiras e podem confundir
qualquer pessoa, principalmente no período noturno. Entre as que são
vendidas no Calçadão existem algumas que possuem mira a laser e outros
apetrechos.
Interrogada sobre a origem dos brinquedos, uma das comerciantes do
local aponta a China, e desdenha ao responder aonde realmente adquire o
produto: “A gente vai buscar lá mesmo, na China”. Sem se identificar, a
mulher também afirma não ter conhecimento sobre qualquer legislação que
proíba a venda desse tipo de equipamento no Acre: “Nunca ouvi falar”.
Assim como a maioria dos itens comercializados no espaço, as armas de
brinquedo podem fazer parte das cargas que veem da Bolívia, fato que os
comerciantes não confirmam, mas que também não negam. Segundo os
especialistas no estudo do comportamento, a questão que envolve o livre
comércio das armas de brinquedo incentiva a criança ao manuseio de armas
de fogo, o que exige a criação urgente de regras específicas para o
setor.
A psicóloga Gabriela Asfury, diretora do Departamento de Apoio às
Entidades Sociais da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência
Social (Semcas) explica que o manuseio de armas de brinquedos não é
fator determinante para que a criança se torne um adulto violento, no
entanto, lembra que ela (a criança) não sabe diferenciar o brinquedo da
arma de verdade, o que já gerou muitas tragédias.
“O ideal seria não produzir armas de brinquedo, não vender, e, os
pais e responsáveis, não terem armas de fogo em casa ao alcance das
crianças. O ideal seria oferecer sempre às crianças produtos que
estimulassem o raciocínio e a memória”.
Val Sales – valsales@pagina20.com.br