Frutos da Amazônia viram fitocosméticos no Acre
RIO BRANCO – A Fundação de Tecnologia do Estado do Acre
(Funtac) realiza produção de fitocosméticos derivados de plantas e
frutos da região. Sabonetes vegetais, óleos trifásicos, protetores
labiais, gels terapêuticos, entre outros produtos fazem parte do acervo.
Cupuaçu, castanha, coco e murmurú são algumas das matérias primas
usadas. Pesquisa e desenvolvimento dos produtos são feitos pelo
Laboratório de Produtos Naturais (LPN) da Instituição.
Os estudos
das propriedades de frutas, plantas e raízes são feitos com
antecedência por uma equipe multidisciplinar composta por dez pessoas.
Entre estagiários de engenharia florestal e farmácia, o grupo também
conta com farmacêuticos, pesquisadores e profissionais de campo. Todos
se dividem para garantir maior aproveitamento e produtividade na
elaboração dos produtos.
A doutora em Biotecnologia e
coordenadora da Divisão de Tecnologia em Produtos Naturais, Silvia
Basso, diz que frutos são adquiridos por comunidades, cooperativas e
associações, a grande maioria oriunda do Vale do Juruá. “São matérias
primas provenientes da natureza, então temos o controle de qualidade
rígido em relação a eles, tanto na hora em que chegam aqui, quanto
posteriormente, quando se transforma ou em fitocosméticos ou
fitoterápico” explica Silvia.
Fitocosméticos
Uma
das curiosidades na elaboração do projeto do filtro solar a base
cupuaçu é que toda a pesquisa e interesse em torná-lo acessível foi de
uma estudante de Farmácia do Paraná. Ela veio ao Acre, em 2012, para
expandir conhecimento à cerca da produção do filtro. Apesar de ser
acessível, a coordenadoria do laboratório de produtos naturais da
Funtac, diz que as empresas têm pouco interesse em adquirir o dossiê dos
estudos para produção e possível comercialização do produto.
A
ideia de a própria natureza dispor para a sociedade opções de proteção
saudáveis e regionais é bastante envolvente e inovadora. Porém, apesar
de toda a pesquisa ser voltada para isso, falta apoio, incentivo e
divulgação para que os produtos sejam consumidos no próprio Estado.
Futuro
Ainda
segundo a coordenadoria do setor, o ano de 2014 foi pouco aproveitado
no quesito de desenvolvimento de novos fitocosméticos e outros produtos
fitoterápicos. Mas, ainda assim, produtos 100% naturais como sabonetes
vegetais de buriti, copaíba e andiroba, são produzidos diariamente.
O
Programa ‘Farmácia Viva’ do – Departamento de Assistência Farmacêutica
Federal – disponibilizou um recurso para que a prefeitura de Rio Branco
elabore um meio para tornar os produtos naturais, fabricados na Funtac,
mais acessíveis à comunidade, afirma a coordenadoria do LPN. A ideia é
que essa farmácia funcione dentro de uma Unidade Pública de Saúde e
tenha um preço ‘em conta’ para os cidadãos.